segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O PREÇO DE UM SORRISO

Pesseio nas calçadas noturnas,
Vejo corpos deitados em folhas de jornais
Olho o vento na praia brincando com areia nas dunas
E me pergunto, aonde mora a paz?
Talvez more nas calçadas!
Ou quem sabe debaixo das pontes.
Tento entender essa criançada
E traço sua linha do horizonte
Em meio a tantos corpos.
Uma voz cansada me sai do escuro
-Talvez você me ache um louco mas se você me responder, saio de traz desse muro! Quanto vale um sorriso?
Me perguntou a voz muito baixinho.
Falei que não há preço para um sorriso.
E ele estendeu um dedinho:
-Vês! Quantos sorrisos tem nesse pedaço de chão?
Olhei ao meu redor, e vi apenas três ou quatro crianças
Acendeu a luz o menino então me respondeu, é aqui que mora a esperança
Por segundos meus olhos foram se enchendo
E transbordou em lagrimas meu rosto
Um sentimento de revolta em mim foi crescendo
E em minha boca, senti o sabor, com um amargo gosto
Então me sorriu o menino
O mais belos dos sorrisos que um dia eu vi
Na igreja tocava o sino
E eu me pus a sorrir
Dei meu preço a um sorriso
Por tantas vezes que deixei de sorrir
Paguei o menino, mas me falou que não era preciso
e disse-me algo que não entendi
tornei a lhe perguntar e, ele apenas apontou pra um canto
disse-me, que ali morava a esperança, mas a dor se fazia presente em meu pranto…






Carlos Alberto
Bebeto

domingo, 9 de janeiro de 2011